A pesquisa com e sobre criança tem uma longa trajetória na antropologia. No entanto, apesar de já nos anos 1930, terem se iniciado os primeiros estudos sobre crianças e seus processos educativos, parece não ter havido um grande investimento nesse tipo de pesquisa nos anos seguintes. Porém, nos últimos anos, temos notado um acentuado crescimento de pesquisa antropológicas envolvendo crianças, sob as mais diversas abordagens e perspectivas. Ao pesquisar os processos educativos que envolvem as crianças e os adultos do templo Amançuy do amanhecer percebe-se que estes, estabelecem relações sociais e coadunam com a compreensão de educação como um processo social. Dessa maneira, essa dissertação tem por objetivo refletir sobre o lugar da criança na doutrina do amanhecer e os processos educativos que permeiam os rituais. Esta reflexão será realizada através dos possíveis diálogos entre Educação, Criança e o estudo dos rituais sob a ótica da Antropologia. Nesse ensejo, suas memórias, narrativas, brincadeiras, redações, sabores, cheiro de terra, o correr, fotos e vídeos tornam-se importantes ferramentas de pesquisa, em complementaridade as técnicas clássicas, revelando uma perspectiva importante no estudo com crianças. A ativa participação das crianças nas atividades propostas por mim nessa pesquisa, mostrou-me novas possibilidades de compreensão do campo, assim como, as especificidades da pauta ética na relação adulto-crianças. Apresento nesse trabalho o resultado das vivências com crianças e adultos do templo do Amançuy do Amanhecer nesses anos de pesquisa. Enfatizando as crianças como protagonistas de suas histórias, indivíduos ativos político/socialmente, bem como produtoras de cultura.