Este trabalho é uma análise da história e memória da família Dias Marreca, habitualmente conhecida como indígenas Pimenteira em Caracol, Estado do Piauí, através de uma perspectiva histórica-antropológica, caracterizada pelo diálogo com teóricos que são referência para a etnologia e história indígena tais como John Manuel Monteiro (2001), João Pacheco de Oliveira (2016), Manuela Carneiro da Cunha (1992), Roberto Cardoso de Oliveira (2005), Luiz Mott (1985), Odilon Nunes (2007), Monsenhor Chaves (2005) entre outros. A pesquisa realizada centrou-se, principalmente, nas comunidades assentamento Saco, Calaboca e “Alto dos caboclos”, situadas no referido município e habitadas por várias famílias, dentre elas a família Dias Marreca. Os dados coletados e examinados permitem afirmar que os Dias Marreca preservam a indianidade através da memória individual e social, fato que os coloca como reconhecidamente de origem indígena. Os procedimentos metodológicos da investigação adotados para coleta de dados etnográficos deste trabalho foram: observação, entrevistas semiestruturadas, registros audiovisuais e conversas informais com algumas pessoas durante o cotidiano. Após analisar identidade e a memória social do referido núcleo familiar e o processo de territorialização vivenciado, foi constatado que, no momento, a afirmação da identidade indígena não aponta para a constituição de um processo de emergência étnica, caracterizado pela adoção de padrão de indianidade e afirmação identitária acompanhada de reivindicação dos direitos indígenas.