Existe uma entidade criada e disseminada em quase todo o território nacional, chamada de Justiça Itinerante. No estado do Piauí ela é vinculada ao Poder Judiciário local e possui, como um de seus lemas, o deslocamento do Judiciário às mais diversas localidades do estado. Com essa descentralização das atividades estatais haveria, em regra, a garantia de acesso rápido a serviços de diferentes naturezas e resolução efetiva de problemas que distanciam parte da população ao ideal sistematizado de cidadania. Então, partindo dessa ideia, proponho um estudo acerca da influência dessas atividades nos círculos da vida privada e em coletividade, de modo a analisar como esses serviços produzem cidadania, se é que produzem, e como eles podem ser desdobrados nas relações de política, poder e parentesco. Dessa forma, foi possível perceber que a Justiça Itinerante não cria núcleos familiares e políticos de onde emanam essa ideia de cidadania, ela funciona muito mais com um instrumento de modificação, a ponto de remodelar processos e estruturas previamente estabelecidos, para que, só assim, possa-se analisar a presença e o desdobramento daquela ideia de cidadania.