ALENCAR, G. R. R. Estado nutricional da Vitamina D e sua Relação com
Marcadores Inflamatórios em Mulheres Obesas. 2018. Dissertação – Mestrado em
Alimentos e Nutrição; Universidade Federal do Piauí, Teresina-PI.
INTRODUÇÃO: O tecido adiposo é responsável por diversos processos relacionados
à imunidade e à inflamação. Na obesidade, observa-se o aumento da infiltração de
macrófagos e adipócitos, favorecendo a inflamação local e a produção de citocinas
inflamatórias. Na perspectiva de identificar os mecanismos envolvidos na inflamação,
diversos nutrientes têm sido estudados, destacando-se a vitamina D, já que essa
vitamina atua inibindo a transcrição de fatores lipogênicos e adipogênicos, protegendo
contra o acúmulo excessivo, hipertrofia e inflamação dos adipócitos. Assim, o objetivo
deste estudo foi avaliar a relação entre o estado nutricional de vitamina D e
marcadores inflamatórios em mulheres obesas. METODOLOGIA: Estudo casocontrole,
desenvolvido com mulheres, distribuídas em dois grupos: caso (obesas com
índice de massa corpórea ≥ 30 kg/m²) e grupo controle (eutróficas com índice de
massa corpórea entre 18,5 e 24,9 kg/m²), recrutadas a partir de demanda espontânea
no ambulatório do Hospital Getúlio Vargas na cidade de Teresina – PI. Foram
realizadas medidas do peso corporal, CC e estatura. A análise da ingestão dietética
de vitamina D foi realizada por meio de Recordatório 24 horas com repetição em 40%
das participantes, pela necessidade de correção dos dados pela variabilidade
intrapessoal do consumo usando métodos estatísticos, utilizando o programa Dietpro
Clínico versão 5.i. As concentrações de vitamina D plasmática foram determinadas
segundo o método de cromatrografia líquida de alta eficiência (HPLC) associada à
espectrofotometria de massa. A inflamação foi avaliada por meio das concentrações
séricas das citocinas IL-6, IL-1β, IL-10 e TNF-α. RESULTADOS: Os valores médios
da ingestão dietética de vitamina D estavam inferiores às recomendações, sem
diferença estatística entre os grupos estudados (p>0,05). As concentrações médias
de vitamina D plasmática das mulheres obesas estavam estatisticamente reduzidas
em relação ao grupo controle (p<0,001). As obesas apresentavam valores de TNF-α
estatisticamente elevados quando comparadas ao grupo controle (p<0,05) e houve
correlação moderada negativa significativa entre as concentrações de vitamina D
plasmática e TNF-α, nas obesas, com deficiência e insuficiência da Vitamina
D(p<0,05). Houve diferença estatística significativa entre os grupos com insuficiência
e deficiência de vitamina D plasmática para os valores de IL-1β, com valores
superiores dessa citocina no grupo deficiente (p<0,05) e tendência de aumento da IL-
10 no grupo deficiente e insuficiente (p= 0,068). CONCLUSÃO: As mulheres obesas
apresentavam baixas concentrações de vitamina D plasmática e ingestão alimentar
insuficiente dessa vitamina, o que pode contribuir para um estado inflamatório,
expresso pelas elevadas concentrações de TNF-α. As concentrações de vitamina D
plasmática nas mulheres obesas com deficiência e insuficiência de Vitamina D se
correlacionaram com as citocinas TNF-α e IL-1β, dados estes que demonstraram a
relação entre insuficiência e deficiência de vitamina D e a inflamação em obesas.