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Banca de QUALIFICAÇÃO: VICTOR ALVES DE OLIVEIRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: VICTOR ALVES DE OLIVEIRA
DATA: 20/04/2022
HORA: 15:30
LOCAL: VIA REMOTO
TÍTULO: ATUAÇÃO DA VITAMINA E NO CÂNCER DE MAMA: MECANISMOS E EFEITOS FRENTE A PREVENÇÃO, TRATAMENTO E DESFECHOS
PALAVRAS-CHAVES: Vitamina E; Câncer de mama; Suplementação;
PÁGINAS: 160
GRANDE ÁREA: Ciências Agrárias
ÁREA: Ciência e Tecnologia de Alimentos
RESUMO:

As perspectivas de incorporação de vitaminas antioxidantes no tratamento do câncer são
otimistas. A vitamina E, incluindo o grupo dos tocoferóis (α, β, γ, δ) e tocotrienóis (α, β,
γ, δ), tem sido amplamente utilizada pelo potencial antioxidante e tem a capacidade de
promover a toxicidade do microambiente tumoral, protegendo as células saudáveis do
dano. Além disso, tem a vantagem de ser relativamente atóxico e bem tolerado pelos
humanos. Com vista nisso, a presente tese buscou investigar os mecanismos pelos quais
a vitamina E pode atuar frente ao câncer de mama, e seus efeitos na prevenção, tratamento
e sobrevida. Para tanto, executamos uma revisão sistematica de literatura para investigar
os possíveis mecanismos de atuação da vitaminas E na modulação da tumorigênese
mamária. A partir de tais achados e buscando entender melhor os mecanismos de atuação
desta vitamina frente a drogas antineoplásicas, foram avaliados os efeitos
oxidativos/antioxidativos, e o potencial modulatório e seletivo do vitâmero α-Tocoferol
sobre os danos toxicogenéticos induzidos pelos antineoplásicos (Ciclofosfamida e
Doxorrubicina) utilizando testes in vitro. Foram analisados os danos toxicogenéticos
induzidos pelos antineoplásicos em Saccharomyces cerevisiae, Allium cepa, Artemia
salina e cultura de células de linfócitos humanos, além da capacidade seletiva deste

vitâmero em linhagens celulares mamarias. Por fim, uma revisão sistemática com meta-
análise foi executada para avaliar os efeitos do consumo e/ou suplementação de vitamina

E sobre o risco, tratamento e desfechos do câncer de mama. Os resultados aqui
apresentados demonstram que as isoformas da vitamina E têm sido associadas à supressão
de vias tumorais, principalmente relacionadas à proliferação, invasão e metástase, como
c-Myc/Ciclina D, Bcl-2 ou Akt. Mostramos também que os tocoferóis e tocotrienóis têm
a capacidade de modular o metabolismo energético tumoral pela disfunção mitocondrial
e supressão da glicólise aeróbica, além de aumentar a quimiossensibilidade das células
tumorais (efeito apoptótico), reduzindo os efeitos colaterais adversos da resistência aos
medicamentos. Nas avaliações in vitro, os danos oxidativos citoplasmáticos e
mitocondriais induzidos pelos antineoplásicos (Ciclofosfamida e Doxorrubicina) foram
significantemente modulados pela associação com a vitamina E em S. cerevisiae,
caracterizando o potencial antioxidante do vitâmero em questão. Além disso, os efeitos
tóxicos em A. salina e citotóxicos e mutagênicos em A. cepa sofreram modulação
significativa. Nos linfócitos, o α-tocoferol não induziu efeito tóxico às células, porém,
quando associado aos quimioterápicos, modulou seus efeitos toxicogenéticos, verificado
pela diminuição significante da morte celular (apoptose e necrose) bem como a redução
dos valores de micronúcleos, brotos nucleares e pontes nucleoplasmáticas. Em linhagens
celulares saudáveis e tumorais de mama humana, o α-Tocoferol apresentou atividade
citotóxica duas vezes mais seletiva para células tumorais. A meta-análise avaliando os
resultados dos estudos em humanos demonstrou que a estimativa do efeito resumido não
indicou nenhuma associação estatisticamente significativa entre o consumo versus o não
consumo de vitamina E total e risco de câncer de mama. Avaliando os efeitos da
suplementação de vitamina E no risco de câncer de mama, apenas duas referências tinham
dados para comparação e a suplementação de vitamina E não apresentou impacto no risco
de câncer de mama. No entanto, a estimativa do efeito resumido dos estudos incluídos
indicou que o consumo de vitamina E foi inversamente associado à recorrência do câncer
de mama no grupo controle (OR 0,79, [IC 95% 0,62-0,99], P = 0,04; I2 = 0% ,
Pheterogeneidade=0,95). Conclui-se portanto que a vitamina E tem sido relacionada a
supressão/superexpressão de vias/mecanismos fundamentais do processo de progressão
tumoral, relacionados sobretudo à proliferação, metabolismo energético,
quimiossensibilidade e invasão/metástase. Os resultados pré-clínicos aqui apresentados
mostraram que a vitamina E isolada não apresentou atividade oxidativa, citotóxica e mutagênica em células eucarióticas, todavia, sua utilização em associação com
quimioterápicos Ciclofosfamida e Doxorrubicina, desempenhou um papel na modulação
dos efeitos toxicogenéticos induzidos por essas drogas antineoplásicas, possivelmente,
relacionados pela capacidade antioxidante e seletiva desse vitâmero, atuando como
quimioprotetor. Contudo, não há resultados significantes que confirmem associação
benéfica ou maléfica da ingestão dietética ou suplementar de vitamina E na redução do
risco de câncer de mama. Entretanto, relacionado à recidiva, sobrevida e mortalidade, os
resultados indicaram que o consumo de vitamina E foi inversamente associado à
recorrência de câncer de mama no grupo controle, apesar de não ser encontrada nenhuma
associação para o consumo de vitamina E e a mortalidade por câncer de mama.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1794569 - ADRIANA DE AZEVEDO PAIVA
Externo ao Programa - 2128442 - FELIPE CAVALCANTI CARNEIRO DA SILVA
Externo à Instituição - FLÁVIA EMÍLIA LEITE DE LIMA - UFPB
Interno - 2950101 - FRANCISCO LEONARDO TORRES LEAL
Externo ao Programa - 1731057 - JOAO MARCELO DE CASTRO E SOUSA
Interno - 423490 - NADIR DO NASCIMENTO NOGUEIRA
Notícia cadastrada em: 20/04/2022 15:02
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