Anemia e fatores associados em crianças menores de cinco anos de assentamentos rurais de teresina.
Anemia. População rural. Criança. Fatores de risco.
A anemia embora seja um importante problema de saúde pública, que afeta principalmente populações menos desenvolvidas, pouco se conhece sobre sua prevalência em crianças que residem em assentamentos rurais no Brasil, ainda que as inadequadas condições de vida a que normalmente estão submetidas, sejam associadas a uma maior prevalência da doença. Desse modo esse trabalho tem como objetivo estimar a prevalência de anemia e investigar os fatores associados em crianças menores de cinco anos de assentamentos rurais de Teresina. Trata-se de um estudo transversal, de base populacional, com enfoque quantitativo, descritivo e analítico, realizado em domicílios dos nove Projetos de Assentamentos do Instituo Nacional de Colonização e Reforma Agrária de Teresina, tendo participado da pesquisa 131 crianças. Os dados foram coletados por meio da aplicação de questionários sobre as condições socioeconômicas e demográficas, segurança alimentar e aspectos de saúde da criança. Foram realizadas aferições de peso e estatura, para avaliação do estado nutricional, sendo classificados segundo os índices P/I, E/I, P/E e IMC/I. O diagnóstico de anemia foi dado por meio da dosagem de hemoglobina em sangue venoso, através de contador automático, sendo consideradas anêmicas crianças com valores de hemoglobina inferior a 10,3 g/dL (menor de 6 meses – Saarinen) e 11,0 g/dL (6 a 59 meses - WHO). Os dados foram analisados pelos programas estatísticos SPSS v.20 e R-Projc, v.3.0.2. Utilizou-se modelo múltiplo de Regressão de Poisson para determinar as variáveis associadas à doença. A prevalência de anemia na população estudada foi de 29,0% e o modelo de Poisson mostrou maior prevalência da doença nas crianças menores de 24 meses, que habitavam em domicílios de taipa ou alvenaria inacabada, com aglomeração de uma ou mais pessoas por cômodo, que eram filhos de mães adolescentes, em famílias com menor renda per capita, em situação de insegurança alimentar e entre àquelas que não estudavam em creche ou escola. A prevalência de anemia nas crianças configura a situação como problema moderado de saúde pública, estando associada a aspectos socioeconômicos e demográficos e de insegurança alimentar, demonstrando a importância de ações de desenvolvimento social e combate a fome, além das ações de intervenções de controle da anemia, para uma efetiva resolução do problema.