ANÁLISE TÊMPORO-ESPACIAL DA RELAÇÃO ENTRE A COBERTURA DO SOLO E A TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE NA CIDADE DE TERESINA (PI) MEDIANTE O USO DE GEOPROCESSAMENTO
Clima urbano. Imagens de satélite. Supressão da vegetação. Cidade de Teresina.
A cidade representa o mais efetivo domínio da técnica humana sobre a natureza. Sua expressão geográfica na atualidade é notável e sua importância sócioespacial revela um mundo cada vez mais urbano. Nesse contexto, se insere a cidade de Teresina, com seus 163 anos de fundação, revelando que são nos espaços urbanos que se encontram de forma mais expressiva os problemas de ordem ambiental, dentre os quais, aqueles relacionados ao clima. Assim, compartilhamos as concepções de Monteiro (1976, 1990a,b,c), Amorim, Sant’Anna Neto e Monteiro (2013), Mendonça (2015), Monteiro et al. (2015), entre outros, entendendo que a urbanização provoca notáveis transformações sobre as condições locais do clima. O clima urbano é, então, específico para cada cidade. Nesta perspectiva, esta pesquisa tem como objetivo geral: analisar, de 1985 a 2015, a relação entre a cobertura do solo e a temperatura de superfície da cidade de Teresina (PI) com o uso de geoprocessamento. Os específicos, são os que seguem: 1) Caracterizar a relação entre crescimento da cidade e supressão da vegetação em Teresina e o impacto sobre a temperatura de superfície; 2) Identificar as classes de cobertura do solo na cidade de Teresina e relacioná-las às classes de temperatura de superfície; 3) Demonstrar a importância das áreas verdes no contexto do clima urbano de Teresina (PI); 4) Compreender as consequências do aumento da densidade de construção para a temperatura de superfície na cidade de Teresina (PI). Para atingir esses objetivos os procedimentos desenvolvidos incluíram o geoprocessamento, através do SIG ArcGis 10.1, de imagens de satélite da cidade em três momentos distintos: outubro de 1985, outubro de 2001 e outubro de 2015. Com essas imagens foram produzidos os mapas de cobertura do solo e temperatura de superfície relativos a cada ano considerado. Para a extração dos dados de temperatura superficial dessas imagens foram utilizados procedimentos matemáticos com a banda termal dos satélites Landsat 5 e Landasat 8. Ao final, foi possível compreender as relações existentes entre as classes de cobertura do solo e as classes de temperatura, à luz das transformações da superfície urbana da cidade, desencadeadas pelo processo de urbanização.