Ensino de Geografia é primordial na construção da identidade de cidadãos críticos e reflexivos contribuindo para que estes se tornem atuantes em sua realidade cotidiana. Tendo em vista que na maioria das escolas brasileiras o livro didático é o único recurso disponível para uso e, por acreditar na importância pedagógica da imagem no ensino desta disciplina contribuindo para que os estudantes aprendam de forma prazerosa, a partir da linguagem verbal e visual, este estudo propõe um diálogo entre o Ensino de Geografia e a imagem do referido recurso, esta última, compreendida como linguagem e conhecimento e, aqui se traduz enquanto iconografia didática. Logo, delineou-se como objetivos, estudar o livro didático adotado pelos professores, analisando o diálogo entre a iconografia e o conteúdo textual geográfico; compreender como ocorre o uso do livro didático e de sua iconografia e; discutir sobre o uso de imagens no Ensino de Geografia e suas implicações no processo de aprendizado. Selecionou-se duas coleções indicadas pelo PNLD, no Guia do Livro Didático, triênio 2015-2017, para adoção na rede pública de ensino brasileira e que estão em uso pelos 04 professores colaboradores de nossa pesquisa. Para subsidiar nossa discussão, embasamo-nos teoricamente em Bittencourt (2008; 2009) Choppin (2004) para discutirmos sobre o livro didático, Joly (1996), Rossi (2011) e Ramos (2011) para abordarmos sobre uso de imagens, Mayer (2001) para tecermos considerações sobre a aprendizagem através da associação entre palavras e imagens, bem como Stefanello (2009) Cavalcanti (1998) Antunes (2010) e Filizola (2009) que discutem sobre Ensino de Geografia e Geografia escolar. Enquanto no empírico, para o trato das imagens foi adotado o método iconográfico de Análise de Imagens, de Erwin Panofsky (1976) e, a Análise de Conteúdo, desenvolvida por Bardin (2010), de modo a refletir sobre a composição e relação das mesmas com o conteúdo verbal, bem como sobre os sentidos que elas desvelam. Utilizou-se ainda a pesquisa de campo com observação das aulas aliada a um diário de campo, de questionários para os alunos, além de questionário e entrevistas para os docentes. Desta maneira, nossos resultados evidenciam que o acervo iconográfico e o conteúdo verbal do livro didático dialogam parcialmente, ocorrendo, na maioria das vezes, de forma implícita; que o livro didático é o recurso mais utilizado pelos professores de Geografia, mas, com pouca ênfase em suas imagens. Diante disso, nas considerações salientamos a necessidade de se observar o processo de elaboração dos livros didáticos, promovendo um maior diálogo entre os agentes envolvidos no mesmo, para assim haver coerência entre os seus textos verbais e visuais, bem como observar ainda a estrutura curricular da formação inicial e continuada dos professores com relação ao trato das imagens dos didáticos e de outras fontes para mediação no Ensino de Geografia, visto que esta é uma munição muito pertinente por vivermos na era da visualidade, na civilização da imagem e, por ser algo diretamente presente no cotidiano dos estudantes, situação que lhes pode proporcionar uma aprendizagem significativa.