O aumento da violência criminal no espaço urbano é um fato notável nas últimas décadas. As pesquisas sobre violência urbana nas cidades brasileiras têm apontado que nos últimos anos, as taxas de homicídios, umas das variáveis da criminalidade urbana, vêm crescendo a cada dia. A violência urbana que atinge as cidades brasileiras tornou-se um problema generalizado, pois em maior ou menor escala, está presente em todo território nacional. Esse complexo fenômeno, em suas várias formas de manifestação, transformou-se em um dos principais problemas sociais que as médias e grandes cidades enfrentam hoje. A realidade vivenciada na cidade de Teresina não é diferente, os dados sobre criminalidade urbana, divulgados constantemente, pelos órgãos de segurança pública e pela imprensa de modo geral, vêm mostrando um aumento significativo da violência criminal na capital do Estado. Paralelo a essa realidade, o Estado, através dos seus Órgãos de Segurança Pública – (Polícias) –, não tem se mostrado eficiente no controle e combate aos crimes. A partir desse campo temático, essa pesquisa tem como objetivo principal, analisar a regionalização da segurança pública e a espacialização da violência criminal no espaço urbano de Teresina – (PI). Quantos aos objetivos específicos, a pesquisa visa: a) Refletir sobre a produção do espaço urbano, relacionado com o processo de urbanização e com o fenômeno da violência urbana, no Brasil, Piauí e Teresina; b) Discutir sobre a organização regional de Teresina, relacionado essa com a regionalização da Segurança Pública do Estado; c) Descrever a regionalização da Polícia Militar no espaço urbano de Teresina, destacando os critérios que influenciam nesse processo; d) Verificar a espacialização dos crimes de homicídios e roubo de veículo, dentro de cada região de atuação dos Batalhões. A pesquisa orienta-se a partir de uma abordagem dialética e versa sobre a os recortes espaciais da cidade realizados pelos Órgãos de Segurança Pública Estadual; especificamente o caso da Polícia Militar. A forma como essa Instituição de Segurança se organiza espacialmente, a sua estrutura operacional e a espacialização de alguns crimes dentro das regiões de competências das unidades de policiamento ostensivo, são algumas questões que estão sendo investigadas e posteriormente, serão discutidas de forma mais aprofundada. Os procedimentos de investigação foram baseados na pesquisa bibliográfica realizada através de consultas em livros, artigos científicos e fontes pesquisadas em websites referentes a estudos sobre organização espacial, urbanização, violência urbana e regionalização, além de pesquisa de campo. Para Tanto, fez-se no primeiro momento, uma discussão sobre cidade, urbanização e violência urbana em diferentes escalas, construída, tomando como base teórica, os trabalhos de Carlos (1991; 2004; 2005), Corrêa (1991; 2004), Spósito (2005) Souza (2005), Santos (2004; 2008), Scarlato (2005) Façanha (1998; 2004), Nunes (1995), Adorno (2002), Zaluar (1999), Rodrigues (2002), Beato Filho (2012), entre outros. No segundo momento, foi feito um debate sobre região e regionalização, tomando como foco da discussão os recortes regionais da cidade de Teresina efetivados pela Gestão Municipal e pela Polícia Militar. Esse debate foi subsidiado pelos trabalhos de Costa (2014) Lencioni (2014) Magnago (1995), Ribeiro (2004) Souza (2013), Corrêa (1991) Gomes (2001), Façanha (2003; 2008); Braz e Silva (2001), entre outros. No atual estágio da pesquisa já é possível verificar que a regionalização da Polícia Militar realizada no ano de 2016, apresenta semelhança em relação aos recortes espaciais realizados pela Prefeitura de Teresina em 1992, apresentando pequenas mudanças. Quando se observa a regionalização da PMPI em nível de Estado, ela toma por base o modelo regional “Territórios do Desenvolvimento”, criado pelo Governo do Estado do Piauí, através da Secretaria de Planejamento – SEPLAN, no ano de 2007.