Estudo do campo Térmico da Cidade de Teresina/PI: Ilhas de calor em evidências
Clima Urbano, Campo térmico e Ilhas de Calor.
Resumo: As cidades brasileiras passaram por profundas transformações na segunda metade do século XX. O exacerbado processo de urbanização fruto do êxodo rural configurou espaços não planejados que, entre outros fatores, gerou anomalias climáticas. A cidade de Teresina não foi imune a essa processo, atualmente, a urbana corresponde a 94,2% da população total do município (IBGE). Branco (2001), Silveira (2007), Silva (2009) e Andrade (2009) analisaram algumas derivações climáticas intraurbanas decorrentes desse mais acentuado processo de urbanização que acometeu a cidade teresinense nos últimos anos. Esses estudos confirmaram eficazmente o papel da verticalização, impermeabilização dos solos e de áreas verdes na composição de microclimas. Todavia, há carência de estudos holísticos que contemplem os canais de percepção humana do clima, ou seja, conforto térmico, qualidade do ar e impacto hidrometeórico numa perspectiva mesoclimática. É nesse sentido que esta pesquisa apresenta sua importância. O objetivo principal desta pesquisa é demonstrar a cidade de Teresina como condicionante de uma camada limite climática ou clima urbano e identificar ilhas de calor no intraurbano como produtos desse espaço. Associados a esse objetivo geral há três específicos: (1) Estruturar a abordagem climática urbana na perspectiva da ciência geográfica sobre a égide da Teoria Geral dos Sistemas (BERTALANFFY, 2009) e Teoria e Clima Urbano (MONTEIRO, 1976); (2) Examinar o espaço urbano construído sobre o sítio teresinense como sistema complexo capaz de gerar anomalias climáticas; (3) Monitorar o comportamento do campo térmico de Teresina/PI e contrastar derivações microclimáticas no intraurbano produtoras de ilhas de calor. Os procedimentos metodológicos adotados incluem mensurações em pontos fixos, sendo um localizado no Centro da cidade e três no limite do urbano com rural nos sentidos Norte, Leste e Sul. Além disso, definiram-se três transectos móveis. Estes foram traçados em perfil radial com saída simultânea da Igreja Nossa Senhora do Amparo, no bairro Centro, em direção aos extremos rurais. A escala temporal corresponde a 12 episódicos contemplando duas sazonalidades: 6 nos mês de março e 6 entre os meses de setembro-outubro. Os horários de coleta de dados (09hs, 15hs e 21hs) seguem horário padrão da Organização Mundial de Meteorologia e Instituto Nacional de Meteorologia. A primeira etapa da pesquisa encontra-se concluída e constatou a formação de ilhas de calor com magnitude máxima acima de 4º C e amplitude térmica urbano-rural de 6º C