A pesca artesanal possui um papel importante para as comunidades ribeirinhas em várias regiões do Brasil, destacando-se como atividade econômica importante, proporcionando alimentos e gerando renda para essas comunidades. Buscando conhecer o perfil econômico dos pescadores, de que forma reivindicam seu espaço, como desenvolvem sua atividade, qual sua percepção na conservação e proteção do rio Poti, e qual a relação entre sua atividade e a degradação da qualidade de água do rio. Tais questões motivaram a realização desta pesquisa. Os rios inseridos na paisagem urbanas sofrem a influência direta da ação antrópica, principalmente pelo lançamento de resíduos sem o devido tratamento. A cidade de Teresina está situada entre os rios federais, Parnaíba e Poti, e seu crescimento acelerado, de forma desordenada, com baixos índices de cobertura em saneamento básico, contribui de forma significativa para a degradação da qualidade de água dos rios. O rio Poti faz parte da bacia hidrográfica do rio Parnaíba, classificada pela Agência Nacional das Águas (ANA) como uma das doze regiões hidrográficas brasileiras. Neste contexto foi realizado o monitoramento dos parâmetros de qualidade de água do rio Poti entre novembro de 2020 a julho de 2021 em sete pontos distribuídos ao longo de 47 km desde a Ponte do Rodoanel até seu encontro com o rio Parnaíba. Os dados foram interpretados frente ao Índice de Qualidade da Água (IQA), nos limites estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/2005 e a Portaria de Consolidação nº 5/2017. Os resultados das análises foram avaliados levando em consideração os aspectos de influência da precipitação. Para se avaliar a atividade de pesca foi utilizado a cartografia participativa através da metodologia do mapeamento participativo, por meio de mapas base, a participação da comunidade de pescadores através de oficinas de mapeamento participativo e aplicação de questionários semiestruturados. Os resultados obtidos quanto ao Índice de Qualidade de Água (IQA) classificou como Boa a água do rio Poti na maior parte do trecho estudado, mas fica evidente a degradação da qualidade das águas do rio a medida que percorre áreas mais densamente povoadas, degradação resultante principalmente ao despejo de esgotamento sanitários in natura ou parcialmente tratados onde a precária cobertura em saneamento é evidenciada tendo como resultado o grande aumento da concentração de coliformes termotolerantes, principalmente nos pontos P-4 e P-5, que se localizam em regiões densamente povoadas. A atividade de pesca no rio Poti é realizada por pescadores artesanais por meio, principalmente, de redes de espera, tarrafas e anzóis, sendo destinados a subsistência e ao comércio local. Sendo a pesca a principal renda do pescador, 97% possuem renda de até um salário mínimo, possui baixa escolaridade, depende do seguro defeso para complementar renda e na sua grande maioria tem mais de dez anos de atividade de pesca. A construção do mapa participativo da pesca mostrou que o pescador pode contribuir de forma significativa para melhoria da sua atividade, respeitando o meio ambiente, se capacitando para o melhor desenvolvimento da pesca e sendo agente ativo de mudança.