Diversidade de oomicetos (oomycota), potencial patogênico e manejo na piscicultura em Teresina – PI
Ecologia, heterogeneidade, manejo, oomycetes, parasitoses em peixes.
Nos últimos anos a piscicultura passou a ser uma atividade largamente executada em todo o mundo, no Brasil esta atividade tem se destacado e gerado resultados significativos em âmbito social e econômico. No entanto, a piscicultura manifesta problemas que podem interferir na sua sustentabilidade, dentre os quais se destacam as ictiopatologias ocasionadas por microrganismos do filo Oomycota. Esta pesquisa objetivou determinar as espécies de oomicetos em criatórios de peixes em Teresina, PI, relacionar sua ocorrência e diversidade com os fatores abióticos das fazendas de piscicultura e avaliar o potencial patogênico das espécies encontradas. Foram realizadas coletas bimestrais de solo e água em seis pontos nos taludes dos viveiros de criação de peixes, no período de julho de 2014 a maio de 2015 das quais obteve-se 301 isolamentos distribuídos em 19 táxons, sendo Aplanopisis terrestris Höhnk a primeira citação para o Brasil e Brevilegnia longicaulis Johnson, a segunda. Nesta pesquisa Pythiogeton ramosum e Aphanomyces Keratinophilus foram as espécies mais abundantes. Da análise dos fatores ambientais, observou-se que as fazendas de piscicultura atendem às normas ambientais preconizadas pelo CONAMA, no entanto, alguns fatores como a temperatura e o potencial hidrogeniônico podem estar relacionados à ocorrência e distribuição das populações de Oomicetos, sendo o monitoramento desses fatores importante para a manutenção do equilíbrio ecológico em viveiros de piscicultura. Quanto a investigação de espécies parasitas, não houve registro de parasitoses causadas por Oomicetos nos viveiros de piscicultura, porém foram encontradas espécies com potencial patogênico, o que deve servir de alerta para os piscicultores de Teresina, uma vez que muitos representantes desse grupo de microrganismos apresentam nicho diversificado e estão adaptados a vários ecossistemas. Esses dados serviram de base para a promoção da educação ambiental ligadas às técnicas de cultivo piscícola, e evidenciam a importância de serem mais estudos sobre a ecologia e diversidade de Oomicetos nos ecossistemas, com o intuito de investigar as alterações que podem ocasionar nas relações com outros seres vivos e no ambiente.