O crescimento populacional, associado ao intenso processo de urbanização, alterou de forma significativa a morfologia das cidades e as tornou palco de graves problemas sociais, dentre eles o alto déficit por moradia. Como solução para este quadro, tornou-se comum a elaboração de políticas destinadas à produção de Habitações de Interesse Social. Todavia, a medida em que insere grandes conjuntos em espaços periféricas, carentes de infraestrutura e serviços urbanos, esta produção favorece a consolidação do quadro de segregação social e espacial. Em Teresina, tal cenário pode ser ilustrado pela construção do Residencial Jacinta Andrade, localizado na zona norte da capital, conhecido como “maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC”. A presente pesquisa tem como objetivo analisar os efeitos sociais, econômicos e ambientais gerados a partir da implantação de grandes conjuntos habitacionais de interesse social, tendo como enfoque o Residencial Jacinta Andrade, na cidade de Teresina, Piauí. Os resultados são apresentados na forma de três artigos, a serem submetidos a periódicos com extrato igual ou superior a B2 na área de Ciências Ambientais. Cada artigo buscará responder a um objetivo específico, a partir da correspondente metodologia aplicada. Constatou-se, até o presente momento, que conciliar o desenvolvimento sustentável e o desenvolvimento urbano tornou-se um dos maiores desafios da humanidade, uma vez que o modelo de urbanização predominante tem implicado no crescimento econômico a partir da exploração descontrolada de recursos naturais e da manutenção das desigualdades sociais. Em Teresina, a relação entre desenvolvimento da cidade, meio ambiente e habitação tem sido evidenciada por disparidades sociais, manifestadas no quadro insatisfatório da moradia urbana. Grande parte dos programas habitacionais implantados retomaram práticas do BNH, inserindo conjuntos habitacionais nas periferias urbanas, onde o preço do solo é mais barato. Como resultado, há o agravamento de fenômenos como desarticulação dos espaços urbanos e segregação socioespacial. O Residencial Jacinta Andrade ilustra este cenário, tornando-se palco de uma série de problemas de ordem social, econômica e ambiental, resultados da priorização da lógica de mercado em detrimento do atendimento das necessidades de famílias de baixa renda.