Notícias

Banca de DEFESA: MÁRCIO LUCIANO PEREIRA BATISTA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MÁRCIO LUCIANO PEREIRA BATISTA
DATA: 16/02/2018
HORA: 15:00
LOCAL: Auditório TROPEN
TÍTULO: ETNOCONHECIMENTO SOBRE ABELHAS NATIVAS (ANTHOPHILA, APIDAE: MELIPONINI) E PLANTAS MELITÓFILAS APRESENTADO PELOS MORADORES DA COMUNIDADE JOSÉ GOMES, CABECEIRAS DO PIAUÍ
PALAVRAS-CHAVES: Etnoconhecimento, ecologia, abelhas nativas, melíponas, etnobiologia.
PÁGINAS: 101
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO:

O etnoconhecimento acerca da conservação da biodiversidade constitui um patrimônio das populações autóctones, uma vez que é transmitido pela oralidade, por meio de processos intergeracionais. A compreensão da ecologia básica dos meliponídeos é essencial para fundamentar o desenvolvimento e implementação de estratégias de conservação e técnicas de gestão que favoreçam os agricultores tradicionais. No planeta, a biodiversidade de abelhas é muito elevada, pois já foram descritas cerca de 20.000 espécies. O Brasil possui a maior diversidade de abelhas do mundo, sendo responsável por cerca de 10% do total existente no globo terrestre; dentre estas, aparecem as abelhas sem ferrão com 330 espécies, pertencentes à tribo Meliponini, dividida em 31 gêneros. Objetivou-se investigar os saberes, crenças, classificação e concepções sobre as abelhas nativas e as plantas melitófilas usadas e/ou conhecidas na comunidade José Gomes, Cabeceiras do Piauí/PI. Para isso, foram empregados os seguintes objetivos específicos: registrar o modo como a comunidade de José Gomes percebem as abelhas e constrói o domínio etnozológico “Inseto”; verificar os diferentes usos que os moradores de José Gomes fazem das abelhas nativas, apontando os benefícios que as espécies podem oferecer à comunidade local; identificar a sapiência dos residentes em relação à conservação das abelhas nativas; descrever como os indivíduos identificam e separam as espécies ocorrentes; e apontar o conhecimento dos residentes acerca dos tipos de plantas melitófilas existentes na comunidade. Foram entrevistados 43 moradores a respeito do conhecimento acerca das abelhas sem ferrão, por meio de formulário semiestruturado. Os meliponíneos foram capturados usando metodologia usual (rede entomológica e vasilhames distribuídos), sendo a coleta realizada no momento das turnês-guiadas com auxílio de 14 especialistas locais que se dispuseram a participar da captura. As abelhas foram observadas sobre as flores, em trilhas na mata, córregos e diretamente nos ninhos. Periodicamente, os vasilhames foram recolhidos e encaminhados ao Laboratório de Entomologia do Setor de Fitossanidade do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí, sendo os mesmos enviados para identificação na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Do total das espécies amostradas, as mais abundantes foram Scaptotrigona sp1 (n=25), Trigona sp1 (n=17), Tetragona sp1 (n = 14), Trigona spinipes (Fabricius, 1793) (n = 13) e Partamona ailyae (Camargo, 1980 (n = 10). Para estimar a diversidade de abelhas sem ferrão coletadas na comunidade foi utilizado o índice de Shannon-Wiener (H’), alcançando nesta pesquisa um índice de H’ = 1,02. Para obter os dados referentes ao conhecimento sobre as plantas melitófilas, foi utilizado o método de listagem livre como meio para obter o conhecimento sobre as plantas pelos entrevistados. Quantitativamente, utilizou-se o Índice de Saliência de Smith, por meio do software ANTHROPAC 4.0. Foram identificadas 19 famílias com destaque para Anacardiaceae e Fabacea (n=5) cada,  Euphorbiaceae (n=4), Bixaceae (n=3); 32 gêneros, onde Citrus (n=2) e Spondias (n=3) apareceram com maior frequência; e 35 espécies, formando cinco rupturas ou saliências quanto ao domínio cultural destas plantas. O cajueiro (Anacardium occidentale L.) foi a espécie citada com maior frequência e apresentou a primeira ruptura da lista livre com índice de Smith 0,411. Constatou-se que os moradores da comunidade conhecem e classificam as abelhas sem ferrão e as plantas melitófilas pela sua morfologia e vivência na comunidade, porém quanto à forma de conservar este ecossistema os atores deixam a desejar. Desta forma, necessário se faz que a educação ambiental seja difundida na comunidade como forma de despertar nesta um melhor  manejo dos recursos naturais.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 423676 - ANTONIO CARDOSO FACANHA
Externo à Instituição - ANTONIO JOAQUIM DA SILVA - IFPI
Interno - 423289 - JOAO BATISTA LOPES
Externo à Instituição - MARIA PESSOA DA SILVA - UESPI
Presidente - 1167867 - PAULO ROBERTO RAMALHO SILVA
Notícia cadastrada em: 31/01/2018 14:10
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - STI/UFPI - (86) 3215-1124 | © UFRN | sigjb04.ufpi.br.sigaa 28/03/2024 12:20