A circulação é fator indispensável no contexto urbano, pois o deslocamento das pessoas antecede e sucede todas as atividades desenvolvidas numa cidade. Contudo, tendo que vencer distâncias cada vez maiores, a população vê prejudicadas suas condições de mobilidade. A lei federal nº 12.587 institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, definindo a mobilidade urbana como condição em que os deslocamentos de pessoas e cargas se realizam no espaço urbano. Na mobilidade sustentável são avaliados fatores ligados ao planejamento urbano que têm impacto direto na decisão do indivíduo sobre sua forma de deslocamento. Teresina apresenta população estimada de 847.430 habitantes e área aproximada de 1.391,98 km², organizada em 123 bairros. Atualmente as ruas da capital enfrentam superlotação de veículos, tanto de carros, como motos, ônibus e bicicletas, que disputam espaço entre si e com pedestres, carroças, e barracas de ambulantes em alguns pontos. Este trabalho tem como objetivo geral analisar as condições de mobilidade urbana em Teresina, e como objetivos específicos: discutir o conceito de mobilidade urbana sustentável; avaliar a disponibilidade de dados públicos em órgãos relacionados ao objeto deste trabalho; comparar os resultados obtidos em Teresina com os de outras cidades brasileiras; identificar os pontos fortes e pontos fracos da cidade no tocante à mobilidade urbana sustentável. A metodologia baseia-se na adaptação do Índice de Mobilidade Urbana Sustentável (IMUS), tomando como base o ano de 2015. Teresina obteve um índice global de 0,425 − numa escala que varia de 0,00 a 1,00. Isso revela que a cidade, que está em fase de implantação de seu sistema de integração do transporte público por ônibus, bem como revisando seu Plano Diretor, ainda tem muito a avançar no quesito mobilidade urbana sustentável. Os pontos fortes observados, segundo os critérios do IMUS, são os Domínios Aspectos Sociais e Aspectos Políticos. Os pontos fracos, os Domínios Aspectos Ambientais, Infraestrutura de Transportes e Modos Não Motorizados. A principal dificuldade enfrentada foi a indisponibilidade, e/ou baixa qualidade dos dados, tanto em canais de comunicação quanto diretamente junto às instituições públicas. Há um déficit de cidadania, que transparece nas relações horizontais (indivíduo-indivíduo) e verticais (indivíduo-Estado), o que dificulta a implementação da Política Nacional de mobilidade Urbana.