A leishmaniose visceral (LV) é causada pelo protozoário Leishmania infantum e transmitida
pelo vetor Lutzomyia longipalpis. A doença está relacionada com uma rede complexa de fatores,
dentre eles, ambientias, scioeconomicos e de infraestrututa urbana. Neste estudo, objetivou-se
analisar a associação dos fatores socioeconômicos e de infraestrutura urbana e a distribuição de
fatores espaço-temporal da leishmaniose visceral no período de 2007 a 2016 na cidade de
Teresina, Piauí. Foram utilizados para a análise o número de casos notificados de leishmaniose
visceral residentes em Teresina. Os mapas de distribuição espaço-temporal foram elaborados
utilizando os valores dos casos normalizados pela área do bairro. Os indicadores normalizados
foram calculados e utilizados na construção de indicadores de vulnerabilidade de estrutura
social, de estrutura domiciliar e de infraestrutura urbana, e a partir deles foi construído um
índice de vulnerabilidade composto. O índice de Moran Gloral Bivariado foi utilizado para
verificar a existência de autocorrelação espacial entre a incidência da leishmaniose visceral e
os indicadores sintéticos e índice de vulnerabilidade, e para identificar a existência de clusters
espaciais empregou-se o índice Moran Local Bivariado. Durante o período de estudo 754 casos
de LV foram notificados, sendo 695 na área urbana e 54 na área rural. Foi observado um padrão
espacial de distribuição difusa, atingindo as áreas centrais e periféricas da cidade. As condições
de vulnerabilidade também se mantiveram homogeneamente distribuídas na área urbana de
Teresina, e foi observado uma correlação entre a incidência da doença e precárias condições de
vida, e clusters estatisticamente significativos entre a incidência e os indicadores sintéticos e o
índice de vulnerabilidade. As metodologias utilizadas para analisar a nível espacial as condições
de vulnerabilidade e o padrão de distribuição da doença são importantes para identificar as áreas
mais suscetíveis e planejar as ações e estratégias de controle. Além disso torna-se necessário a
realização de inquéritos entomológicos e sorológicos que demonstrem a distribuição das
populações de vetor e de reservatórios nas áreas de maior registro da doença, bem como,
estudos de infecção natural por Leishmania infantum