O recente remodelamento dos eixos estruturais nas dinâmicas espacial, social e comercial da região sudoeste piauiense, ocasionada por ações antrópicas advinda da expansão agrícola financiada por políticas desenvolvimentistas de esferas federais e estaduais e pela adentrada de capital internacional sobre investimentos agropecuários na região, tem conectado o comércio piauiense a mercados nacionais e internacionais ao integrar os sistemas industrial, mercantil, financeiro e tecnológico por meio da commoditização da agricultura. Este processo na região que vem se intensificando nas últimas 5 décadas, instiga também sérias disputas entre grandes fazendeiros e a população local, por questões relacionadas a posse e propriedade de terra ligadas ao agronegócio da região, que em algumas ocasiões, tem como desfecho final a expropriação violenta da população local. Assim baseado em uma metodologia de análise sistêmica e interdisciplinar, associando dados de revisão bibliográfica, dados oficiais e análise de dados espaciais de sensores remotos, analisa-se os processos de transferência de terras públicas e devolutas para a expansão transnacional de agroestratégias e de consolidação do agronegócio, como uma versão moderna de apropriação fundiária e de composição de grandes latifúndios dentro da região da Vara Agrária do sudoeste piauiense. As discussões foram delimitadas por uma visão crítica dos conceitos de desenvolvimento sustentável, economia verde e desenvolvimento territorial. Desde modo, financiado por políticas desenvolvimentistas governamentais destaca-se o atual crescimento em número e área de estabelecimentos agropecuários na região sudoeste piauiense, e em especial sobre a região semiárida piauiense, que através do avanço tecnológico passo a ser considerada como nova área de possível expansão de processos produtivos agrícolas. Destaca-se também o interesse político e econômico para expansão da cadeia agroalimentar e do setor de agrocombustíveis, frente a um discurso defasado de desenvolvimento e economia sustentável, que tem repercutido no aumento de áreas para a produção de commodities e na difusão do capital transnacional no sudoeste piauiense, gerando uma crise socioambiental que afeta diariamente as comunidades locais e a preservação do meio ambiente.