O extrativismo de produtos florestais não madeireiros é um mecanismo de conservação da biodiversidade, de subsistência e de incremento da economia, mas que perde seu caráter conservacionista quando as espécies são submetidas a fortes pressões extrativistas. A macaúba (Acrocomia aculeata (Jacq.) Lood. ex Mart.) é uma espécie que tem despertado interesse nos setores da economia, pela sua alta produção de frutos e por possuir diversas utilidades. Portanto, a presente pesquisa busca verificar a pressão de uso da macaúba pelos habitantes de Fortuna (MA) e sua interferência na sobrevivência da espécie; assim como caracterizar a cadeia produtiva do azeite de macaúba; retratar a utilização histórica e atual deste recurso pelos moradores e sua importância cultural para a comunidade extrativista. Para tanto, está sendo realizado o acompanhamento da dinâmica populacional e o levantamento de dados fenológicos de indivíduos da espécie em um fragmento de mata nativa da RESEC Antônio Martins de Sousa, localizada na cidade. Também foram gerados dados referentes a cadeia produtiva do principal produto processado a partir da macaúba, o azeite, e posteriormente, serão aplicadas diversas técnicas e ferramentas do DRP (Diagnóstico Rural Participativo), a fim de identificar os usos, locais de coleta e a importância cultural desta espécie para os extrativistas. Foram entrevistados 20 extrativistas de macaúba, onde foi constatado que estes gerenciam todas as etapas de preparação e comercialização do azeite. O processo de produção de azeite é quase inteiramente realizado em seus domicílios assim como a venda, sendo também comercializado em feiras livres. Apesar deste recurso representar importante fonte de renda para muitas famílias, são insuficientes para melhorar a condição socioeconômica da comunidade, configurando-se como uma atividade de baixa influência no desenvolvimento local. Tal quadro poderia ser melhorado por meio da valorização do trabalho com a macaúba pelo poder público, a fim de criar meios para que os extrativistas ampliem seus produtos e as relações de comércio, aliados à proteção dos macaubais