O presente trabalho versa sobre o Comitê de Bacia Hidrográfica dos Rios Canindé/Piauí, e tem por objetivos descrever o seu processo histórico de formação, à luz da legislação de recursos hídricos, e analisar a articulação do Comitê no semiárido piauiense. Busca-se contextualizar, no ordenamento jurídico nacional, como a gestão participativa dos comitês, modelo adaptado da França, têm ganhado força a cada ano, mudando a geografia brasileira, à medida que as institucionalizações desses “Parlamentos das Águas” aumentam nos estados, correlacionando-as com os conflitos existentes pelo uso da água. Nessa perspectiva, o Piauí, detentor de uma extensa bacia hidrográfica de competência do supracitado CBH, encontra dificuldades em arbitrar seus conflitos em detrimento do baixo índice da adesão de alguns seguimentos às reuniões. A metodologia envolve pesquisa bibliográfica e documental. São analisados documentos referentes ao processo de implementação e as atas resultantes das assembleias gerais realizadas pelo Comitê no período de 2009 a 2019, com a finalidade de obter um panorama geral das ações realizadas e balizá-las com a realidade de outros CBH’s. Esta pesquisa justifica-se pelo pouco número de estudos sobre comitês do Piauí, que não possui o sistema de gestão integrada em todas as suas bacias hidrográficas, fornecendo ao arcabouço científico, material para criação de outros Comitês mais eficientes e sustentáveis.