Com o aumento da urbanização e os avanços tecnológicos de entretenimento, acredita-se que as pessoas estão cada vez mais desconectadas da natureza. Essa desconexão em sinergia com atitudes para com os animais, caça ou captura de animais silvestres, idade, gênero e local onde o indivíduo reside podem interferir no conhecimento de espécies nativas e, consequentemente, nas perspectivas de estratégias para conservação delas. Diante dessa problemática, o presente estudo tem por objetivos principais: (I) realizar revisão bibliográfica sistemática da produção científica acerca do conhecimento e/ou atitudes de estudantes sobre os vertebrados terrestres no Brasil; e (II) analisar o conhecimento, as atitudes e disposição para conservação dos vertebrados terrestres silvestres entre estudantes de ensino médio em função de um gradiente de urbanização. Essa dissertação está organizada em dois capítulos: o primeiro contempla o artigo científico relacionado ao primeiro objetivo, cujo título é “Vertebrados terrestres representados por estudantes brasileiros e suas implicações para a conservação: uma revisão” e o segundo capítulo, vinculado ao segundo objetivo principal, é a “A urbanização é um influenciador no conhecimento, atitudes e disposição para conservação da fauna nativa por estudantes do ensino médio?” No capítulo 1 compilamos 63 trabalhos sobre vertebrados nos bancos de dados do Portal de Periódicos da CAPES, Google Acadêmico, Web of Science e Scielo de 2005 a 2019. Foi encontrado um total de 306 espécies distribuídas entre anfíbios, répteis, aves e mamíferos, exóticos e nativos, compreendendo a fauna mais conhecida entre estudantes do país. Os trabalhos abrangem os seis biomas, as cinco regiões e as 21 unidades federativas do Brasil. A maior concentração de trabalhos está na Mata Atlântica (n = 19; 30,64%) e o maior número de espécies encontradas no Nordeste (n = 204spp.). No capítulo 2 estamos aplicando questionários semiestruturados a estudantes da 1º, 2º e 3º série do ensino médio em oito escolas públicas no município de Teresina, Piauí. Resultados preliminares deste capítulo foram obtidos de uma amostra de 349 questionários. Um total de 180 espécies de vertebrados foram apropriadamente conhecidas pelos estudantes. Além das espécies de vertebrados conhecidos, discentes destacaram suas afinidades ou aversões, caça ou consumo e disposição para conservá-los na natureza para o caso dos animais silvestres. Observamos que as espécies comumente citadas em todas as escolas foram Canis lupus familiaris, Felis catus, Paleosuchus palpebrosus, Rhinella sp. e Gallus gallus domesticus. Nossos resultados contribuem na elaboração de estratégias para o ensino de zoologia e conservação das espécies nativas, como também na revisão das políticas públicas vigentes, possibilitando uma melhor reflexão sobre o ensino dos animais silvestres nativos, alvo de ações conservacionistas, nos diferentes contextos: urbanos, periurbanos e rurais.