A menstruação faz parte do ciclo reprodutivo da mulher, sendo uma descamação das paredes internas do útero quando não há fecundação. Para a contenção do fluxo menstrual são utilizados produtos que podem ser classificados em internos ou externos, descartáveis ou reutilizáveis. São produzidos com uma diversidade de matérias-primas, têm formas diferentes de uso e descarte e, como qualquer outro produto, podem gerar impactos ambientais em todo seu ciclo de vida. O objetivo geral deste estudo é avaliar os potenciais impactos ambientais associados aos produtos de higiene menstrual. E, especificamente, identificar os principais tipos de produtos utilizados para contenção menstrual; adaptar o método Matriz de Avaliação Rápida de Impacto (RIAM) para avaliação dos parâmetros Físico/Químico, Biológico/Ecológico, Social/Cultural e Econômico/Operacional associadas aos produtos identificados; e por fim, indicar alternativas mais sustentáveis ambientalmente para higiene menstrual. Desse modo, inicialmente, foram analisados sites de fabricantes de absorventes descartáveis e coletores menstruais, as informações identificadas foram confrontadas com categorias, como, por exemplo, “consumo de água” e descarte. Foram, ainda, realizadas pesquisas em bases de dados, com associação dos nomes dos produtos, com temas relacionados à sustentabilidade ambiental. Verificou-se que grande parte dos sites dos fabricantes de coletores faz apelo à sustentabilidade ambiental, utilizando como argumento a durabilidade do seu produto, enquanto os fabricantes de absorventes, em geral, trazem pouca ou nenhuma informação a respeito. Também, foi aplicada uma adaptação da matriz RIAM, em que foram analisadas as fases de produção, uso e destinação final dos absorventes descartáveis convencionais e dos coletores menstruais. Os absorventes tiveram impactos expressivamente negativos nos parâmetros Físico/Químico e Biológico/Ecológico, principalmente, por sua matéria-prima de plástico, advinda da extração do petróleo, que não é facilmente biodegradável. O coletor menstrual se mostrou como uma alternativa interessante por ser reutilizável e não demandar a compra de novos itens a cada ciclo menstrual, por consequência, reduz a produção de rejeitos; porém, ainda é avaliado com impactos negativos quanto ao preço de investimento inicial, necessidade de água para a sua higienização adequada, além de existir barreiras associados ao seu uso por questões culturais, por conta da sua inserção vaginal. A sustentabilidade ambiental é uma questão global e atual. Independente de como individual e socialmente elaboremos simbolicamente a menstruação, muitas meninas, mulheres e pessoas que menstruam continuarão a utilizar produtos de contenção do fluxo menstrual e é preciso que mais estudos sejam realizados sobre seus impactos na saúde e no meio ambiente.