Teresina vem apresentando um crescimento urbano acentuado, porém desprovido de planejamento criterioso, sobretudo relacionado ao saneamento básico, cuja falta atinge principalmente as sub-bacias que compõem a zona urbana. A sub-bacia PD 07, localizada na zona leste, é composta por vários bairros com elevada densidade populacional e um significativo déficit no esgotamento sanitário. Em seu exutório encontra-se o Parque Zoobotânico, que possui uma área de 127,5 hectares destinados à proteção e conservação ambiental. No interior do parque existe uma lagoa natural de grande porte, denominada Lagoa dos Morros, a qual era utilizada para atividades recreativas, conhecida principalmente pela utilização dos pedalinhos, cujo uso foi inviabilizado devido a proliferação e cobertura do espelho d’água por macrófitas aquáticas. O objetivo principal desta pesquisa é analisar os impactos do uso e ocupação do solo na qualidade das águas da sub-bacia PD 07, bem como propor soluções para a problemática existente. Inicialmente caracterizou-se a sub-bacia quanto ao uso e ocupação do solo por meio de imagens de satélite e elaboração de mapas. A interpretação da qualidade da água foi feita por meio da comparação dos resultados obtidos com os parâmetros estabelecidos pelo CONAMA nº 357/2005 para águas de classe II, e a aplicação do índice de qualidade da água (IQA) e do Índice de Estado Trófico (IET), considerando a sazonalidade do regime de precipitação, utilizando-se como referência a média histórica mensal dos anos 2000 a 2020. Constatou-se por meio das análises que a Lagoa dos Morros e seus principais afluentes não estão dentro dos padrões exigidos para águas de classe II, por apresentar elevadas concentrações de E.Coli, DBO, fósforo e nitrato, oriundos do lançamento de efluentes sem tratamento prévio. O IQA dos seis pontos analisados variaram entre bom e ruim conforme o período de análise. Os piores IQAs foram identificados durante o período chuvoso nos dois principais afluentes da lagoa, e dentro da lagoa dos Morros, que apesar de ser receptora de diversos poluentes, sua água foi classificada como de boa qualidade. O IET dos ambientes lênticos apresentaram estados ultraoligotróficos e dos ambientes lóticos estados supereutrófico e eutrófico, em ambos os períodos de análise. A cobertura da Lagoa dos Morros por macrófitas inviabilizou a sua utilização para os diversos usos destinados anteriormente, sendo necessário a implantação de um plano de revitalização, com o intuito de restabelecer o equilíbrio ecológico e suas diversas formas de uso, levando-se em consideração a participação do poder público, com a ampliação da rede de esgotamento sanitário, e da educação ambiental com a comunidade local.