A cidade serrana de Pedro II, localizada na região Nordeste do Piauí, é dotada de condições naturais para a prática do Ecoturismo, segmento do turismo este, que fomenta a conservação ambiental, ao tempo que promove a participação de comunidades locais no contexto da atividade turística. O município está situado na Área de Proteção Ambiental da Serra da Ibiapaba e é conhecido como a Terra da Opala, devido a presença de importantes reservas deste mineral. Pedro II teve um crescimento de sua atividade turística nos últimos anos, sobretudo, a partir da realização, desde 2004, do Festival de Inverno, evento que congrega música, gastronomia e ecoturismo, trazendo significativa projeção para o município. No entanto, verifica-se a presença de impactos ambientais negativos nos atrativos naturais existentes e uma forte sazonalidade da atividade turística, justificando a necessidade de estudos sobre como esta atividade está sendo planejada e operacionalizada no município. Portanto, este estudo tem como objetivo analisar os impactos provenientes da prática do Ecoturismo em Pedro II, considerando as dimensões ambientais e socioeconômicas. Foi realizado estudo exploratório e descritivo, de corte transversal, com abordagem quali-quantitativa. Para atender aos objetivos propostos, foram realizadas consultas aos projetos, leis e programas existentes em nível municipal, levantamento de informações em setores ligados às atividades turísticas e a realização de entrevistas com residentes em comunidades rurais que trabalham com o turismo, com os receptivos turísticos e com o setor público, com enfoque nos aspectos econômicos, sociais e ambientais. elementos estes que compõe o tripé do desenvolvimento sustentável. Foi verificada a potencialidade de Pedro II para o Ecoturismo, sobretudo, pela existência de cachoeiras, mirantes e trilhas, na região da Serra dos Matões, tendo como principais passeios ofertados aos turistas, as visitas às quedas d’águas da Urubu Rei e do Salto Liso. Destaca-se, que os passeios são oferecidos, sobretudo, por dois receptivos turísticos na cidade, bem como por uma parcela de residentes nas comunidades rurais, próxima aos atrativos, que operam informalmente como condutores e possuem pouca capacitação. Constatou-se, que os impactos positivos da atividade turística foram, o incremento na renda, melhoria de infraestrutura local, aprendizado, interações sociais, a elevação da autoestima e uma maior visibilidade para Pedro II. No que se refere aos efeitos negativos da atividade turística, foram relatados a presença de resíduos deixados nas trilhas, queimadas, pichações, falta de segurança, acessibilidade precária e processos de aculturação. Foi constatado, também, forte sazonalidade do turismo, com ênfase à época do Festival de Inverno, necessidade de capacitações, de um diálogo mais substancial do gestor público com os operadores do turismo, estímulo às ações que incentivem a inclusão das comunidades rurais no contexto do turismo e uma maior divulgação das potencialidades turísticas do município. Ressalta-se, ainda, a necessidade de se implantar ações efetivas que estimulem o Ecoturismo, com foco na capacitação e inserção da educação ambiental nas diretrizes da atividade do turismo em Pedro II, tendo como finalidade o fortalecimento dos princípios que regem o turismo sustentável, na medida que proporcionaria uma maior distribuição de ganhos coletivos para as comunidades e a mitigação dos impactos negativos observados na pesquisa.