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Banca de DEFESA: JOSÉ RODRIGUES DE ALMEIDA NETO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOSÉ RODRIGUES DE ALMEIDA NETO
DATA: 24/02/2015
HORA: 15:00
LOCAL: AUDITÓRIO DO TROPEN/UFPI
TÍTULO:

 

ETNOBOTÂNICA E ETNOENTOMOLOGIA EM COMUNIDADES RURAIS DA SERRA DO PASSA-TEMPO, CAMPO MAIOR-PI


PALAVRAS-CHAVES:

 

Conhecimento tradicional. Domínio cultural. Percepção entomológica.

Plantas bioativas.


PÁGINAS: 138
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO:


O diverso uso das plantas é bastante difundido no Brasil, dadas as suas características

culturais e riqueza vegetal, especialmente nos espaços rurais. A pesquisa foi realizada nas

comunidades rurais Nova Vida e Passa-Tempo, situadas na Serra do Passa-Tempo, uma área

de transição cerrado/caatinga no município de Campo Maior, estado do Piauí.  O proposito do

estudo foi: levantar as plantas medicinais, suas partes e as formas de uso pelos moradores das

comunidades; conhecer o domínio cultural de plantas inseticidas e repelentes e a existência de

consenso desse conhecimento; verficar como são conhecidos e percebidos os insetos pelos

entrevistados.  No período entre julho de 2013 a agosto de 2014, através do método de

entrevistas por residência, formulários semiestruturados e listra livre foram aplicados em

todas as casas (n=31) das duas comunidades, perfazendo 63 entrevistados, dos quais, quatro

desses eram surdos-mudos, que para tal, foi necessário o auxilio de uma intérprete local.

Realizaram-se turnês-guiadas para as coletas botânicas que foram depositadas no Herbário

Graziela Barroso da Universidade Federal do Piauí. Coletas também foram procedidas para a

captura dos insetos, e os espécimes identificados foram incorporados ao Laboratório de

Fitossanidade da mesma instituição. Um total de 74 espécies de plantas medicinais foi citado,

usadas por meio de 14 preparações como: azeite, banho, cataplasma, decocto, garrafada,

inalação, infusão, in natura, lambedor, maceração, pó, suco, tintura e vinho-medicinal. A

espécie Chenopodium ambrosioides L. apresentou uma maior diversidade de uso medicinal

obtendo o valor máximo do índice de importância relativa (IR=2), e através do índice de fator

de consenso informante (FCI) verificou-se um maior consenso entre os informantes para o

conjunto de plantas usadas no tratamento de doenças da pele e do tecido subcutâneo (FCI=

0,67).  Verificou-se também que os entrevistados definem o domínio cultural de plantas

repelentes e inseticidas pelo critério de uso, plantas utilizadas para espantar ou matar insetos

respectivamente. Ao todo, 18 espécies pertencentes ao domínio de plantas repelentes e

inseticidas foram citadas, que através do índice de saliência de Smith (IS) e das obeservações

feitas em campo como indicações e formas de uso, foi possível apontar cinco rupturas desse

conhecimento. A espécie com maior saliência cultural foi Azadirachta indica A. Juss. , que

juntamente com Croton campestres A. St. Hil foram definidas pela análide de consenso

cultural (CC) como as espécies que definem o consenso desse domínio dentro das comunides.

Na análise de escalonamento multidimensional (MDS) do grupo de entrevistados foi possível

visualizar dois grupos bem definidos, um formado por 29 entrevistados e outro por apenas um

definido a partir do seu conhecimento.  Na análise do grupo de plantas, visualizaram-se pelo

MDS cinco agrupamentos definidos pelo critério de uso dessas espécies. Um total de 62

animais foi citado na etnocategoria inseto, dos quais, 28 não pertencem à classe Insecta. Tal

motivo repousa na forma como os entrevistados percebem esses animais, que em geral é de

forma negativa, como organismos portadores de alguma nocividade, causadores de injúrias,

ofensas, e perturbações, o que corrobora a hipótese da ambivalência entomoprojetiva. No

entanto, os insetos também foram adjetivados como animais bons, pois em geral possuem

alguma função ou valor atribuído. Na visão dos entrevistados, os insetos podem prever

situaçãoes futuras, ou seja, entomoáugures. Viu-se também que aspectos relacionados a

biologia desses animais são percebidos pelos informantes. Entende-se que as comunidades

estudadas possuem um rico conhecimento etnobiológico, no que se refere a plantas

medicinais, repelentes e inseticidas e o direcionado aos insetos. As plantas bioativas indicadas

no estudo necessitam ser testadas fitoquimicamente para dar segurança a esses às

comunidades rurais.



MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - FRANCISCO SOARES SANTOS FILHO - UESPI
Externo à Instituição - FÁBIO JOSÉ VIEIRA - UESPI
Interno - 423426 - JOSE DE RIBAMAR DE SOUSA ROCHA
Presidente - 1167785 - ROSELI FARIAS MELO DE BARROS
Notícia cadastrada em: 20/01/2015 08:56
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