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Banca de DEFESA: JOÃO PAULO DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOÃO PAULO DA SILVA
DATA: 29/09/2022
HORA: 14:00
LOCAL: AMBIENTE VIRTUAL
TÍTULO: ENTRE CONVERSAS E MEMORIAS: MULHERES DA AMAZONIA TUCUJU NARRAM SUAS HISTORIAS
PALAVRAS-CHAVES: Amazônia, colonialidade, modernidade, interseccionalidade, mulheres racializadas
PÁGINAS: 204
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Sociologia
RESUMO:

A modernidade colonialidade produziu estereótipos de inferioridade e subalternidade àqueles não contemplados pelo ser eu, masculino, branco, rico e europeu. Ato contínuo, este trabalho foi desenvolvido na Amazônia amapaense e produzido a partir das vozes racializadas das amazônicas Marilda (in memoriam), Rejane e Sônia. Protagonistas das narrativas de suas vidas, a pergunta de pesquisa fundou-se no questionamento de como a territorialidade amazônica atravessa as interseccionalidades de gênero, raça e classe e particulariza a construção das histórias de vida de mulheres racializadas pertencentes a Amazônia Amapaense, para buscar as (in) conclusões do estudo em comento. Seu objetivo consistiu em analisar, através da interseccionalidade, como as opressões da ordem de gênero, raça, classe e territorialidade se intercruzaram nas trajetórias de vida das protagonistas, a partir de suas formações sócio-históricas individuais. O texto dissertativo literário construiu-se, ao campo, a partir das vozes das narradoras, que me contaram suas vidas em meio a um encontro presencial com Marilda (in memoriam) e dois encontros virtuais, respectivamente, com Rejane e Sônia. Por entender que a valorização da subjetividade seria imprescindível para criar uma atmosfera natural quanto aos relatos das narradoras, vislumbrei no método narrativo o instrumento possível para que as narrativas fossem fidedignas a seus olhares sobre suas histórias, dentro de um espectro de viverem em um país com feridas coloniais produtoras de racismo, sexismo, preconceitos regionais etc. Na condução das entrevistas narrativas biográficas, um roteiro com temáticas que abordaram pontos que foram do nascimento até suas visões de futuro foram os fios condutores para escuta e coleta de suas histórias. A interseccionalidade serviu como ferramenta analítica para projeção das subalternidades e resistências enfrentadas pelas sujeitas de pesquisas no decorrer de suas vidas. A subjetividade inerente ao estudo, pela ótica do vislumbre de que a inferioridade produzida pelo projeto colonial moderno tem na voz do subalterno a força e legitimação de sua (r)existência, alinhou-se a epistemologia decolonial, antirracista e feminista, a fim de, mesmo na consciência de não ser o subalterno capaz de mudar o status quo do eurocentrismo nas relações sociais e cientificas de ser, saber e poder, ser necessário a denotação de maior sentido a produções acadêmicas a partir de escrevivências latino americanas, conceito nascido à luz do pensamento de Conceição Evaristo. Para fechar, as vozes de teóricas como Grada Kilomba, Sueli Carneiro, Angela Davis, Piedade Videira, Zélia Amador de Deus e Catherine Walsh e de autores como Quijano, Dussel, Vieira e Souza fizeram coro com gritos de protestos de artistas amazônicas como Gaby Amarantos, Keila e Tami Martins. Junto às vozes das protagonistas, foi possível apresentar vivências reais em uma Amazônia outra, fora de um espectro colonial dominante de se pensar esse território para além de conceitos esvaziados como: pulmão do mundo, lugar atrasado, lugar de índio e mato. Ao contrário, foi possível um vislumbre de uma Amazônia urbana, encantada, pluricultural, contemporânea, afrofuturista, músico-instrumental, etc, etc. Quanto às suas (in) conclusões, vislumbrou-se o desvendar de rastros coloniais responsáveis por introjetarem na mentalidade social brasileira uma negação e inferiorização a tudo que remeta às vivências divergentes de um padrão moderno eurocêntrico colonial de existir. Re(x)istir, talvez resuma, o que Marilda, Rejane e Sônia trouxeram enquanto fontes primárias para consolidação deste todo textual, responsável por eternizar suas memórias e transformá-las em fontes pedagógicas anticoloniais imprescindíveis na manutenção e continuidade de lutas estratégicas contra opressões sócio estruturais derivadas do projeto imperialista colonial europeu.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1585600 - ROSSANA MARIA MARINHO ALBUQUERQUE
Interno - 1756788 - SAMUEL PIRES MELO
Externo à Instituição - ZELIA AMADOR DE DEUS - UFPA
Notícia cadastrada em: 14/09/2022 11:35
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