A educação no Brasil tem passado por uma evolução contínua, marcada por adaptações e transformações significativas. Desde os primeiros esforços de instrução dos indígenas pela Companhia de Jesus no século XVI, até as reformas implementadas pelo regime militar no século XX, o sistema educacional brasileiro tem enfrentado várias fases de mudanças, inicialmente, a educação estava fortemente centrada na Igreja Católica. Ao longo do tempo, houve uma transição do ensino religioso para laico, ministrado em instituições públicas no século XVIII. Durante o século XIX, o Brasil implementou um sistema educacional que se inspirava predominantemente no modelo europeu, com particular influência do sistema vigente na metrópole, e o século XX testemunhou a criação das primeiras universidades no país (Afonso, 2001). Em função do crescimento populacional e da expansão da industrialização, emergiu a necessidade de uma mão de obra mais especializada, o que impulsionou, no século XX, ao surgimento do movimento da Escola Nova, também conhecido como Escolanovismo, um marco desse movimento foi o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em março de 1932, destacando-se principalmente nas décadas de 1920 e 1930. No decurso do regime militar (1964-1985), houve um enfoque no desenvolvimento científico e na incorporação de novas tecnologias e disciplinas, como OSPB (Organização Social e Política Brasileira) e EMC (Educação Moral e Cívica), ao currículo escolar, conforme apontado por Afonso (2001). Observa-se que o pensamento educacional foi profundamente influenciado por diversas teorias pedagógicas como as Pedagogias Tradicional, Renovada, Tecnicista e Progressista. De acordo com Santos e Sommerman (2009) a discussão e análise dessas correntes marcaram a educação no Brasil, influenciando a atualização e adaptação do conhecimento para atender aos novos contextos educacionais. Paulo Freire, em sua obra Pedagogia da autonomia (Freire, 2005, p.12) defendeu que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”, enfatizando a importância de unir teoria e prática. Em linha com esse pensamento, Gadotti (2000, p. 5) salientou que “a função da escola será, cada vez mais, a de ensinar a pensar criticamente”.