O presente trabalho tem como objetivo principal analisar a Sociedade Esportiva de Picos e 4 de Julho Esporte Clube no cenário do futebol piauiense de 1991 a 1998. O futebol se tornou ao longo das primeiras décadas do século XX um dos principais elementos de representação da sociedade brasileira, especialmente quando se trata das imagens dos clubes de futebol, de início, amadores, posteriormente profissionais. Nessa esteira, destacamos nesta pesquisa as figuras das equipes SEP e 4 de Julho no contexto futebolístico piauiense durante boa parte da década de 1990. Buscamos analisar que a questão financeira não foi o principal motivo que levou esses dois times a se destacarem nos gramados piauienses, mas sim por meio de suas organizações administrativas. Explicamos mediante as fontes analisadas, que a crise técnica que River e Flamengo (PI) vivenciavam nesse período não era em decorrência da falta de investimento do poder público municipal, mas, por causa principalmente da desorganização administrativa. A SEP e o 4 de Julho por meio de suas respectivas conquistas dentro e fora de campo funcionaram como objetos de representação no seio dos torcedores nas cidades de Picos e Piripiri. Diante desse panorama, essas agremiações passaram a minar o brio dos clubes mais vitoriosos de Teresina, RAC e ECF. No decorrer do período que abarca esta pesquisa, afirmamos que esses dois times teresinenses foram jogados para escanteio no futebol piauiense. Dialogamos com Hilário Franco Júnior (2007), Marcos Guterman (2014), Roger Chartier (2002), Severino Filho (2021). A metodologia utilizada neste trabalho foi realizar uma análise crítica nas fontes, com o objetivo de compreender o cenário futebolístico que os objetos estavam inseridos. As fontes utilizadas nesta pesquisa foram os jornais O Dia, Tribuna de Picos, Jornal Meio Norte, Jornal Folha de São Paulo; Diário Oficial de Teresina; Revista Placar, Jornal dos Sports.