O presente trabalho objetiva analisar a maternidade patriarcal como construção
social tutela a maternidade biológica de mulheres mães, culminado em processos de
exclusão no acesso e permanência na pós-graduação, discutindo a emergência de
ações afirmativas e políticas públicas institucionais na redução de desigualdades
gênero na ciência. A luta pela inclusão da mulher na educação e na ciência tem sido
desafiadora ao longo do tempo, essa luta fica ainda maior quando envolve a
maternidade. Na pós-graduação, desafios como falta de rede de apoio, prazos e
políticas de assistência a estudante mãe, tornam difícil a conciliação da maternidade
e ciência, levando as discentes que se tornam mães, muitas vezes, a procrastinar o
acesso e até abandonarem seus estudos, sonhos e aspirações profissionais e
acadêmicas. Problematizamos sobre como a maternidade patriarcal incide na
exclusão de mulheres mães no acesso a formação profissional, apesar da
maternidade biológica ser institucionalizada como obrigatoriedade das mulheres? A
pesquisa envolveu mulheres mães que são estudantes de pós-graduação da
Universidade Federal do Piauí com recorte nos programa de Políticas Públicas,
Educação e Sociologia. Escolheu-se utilizar um misto de abordagens qualitativo e
quantitativo, pois se trata de uma triangulação dos dados, utilizando os métodos de
questionários, entrevistas, e análise crítica do discurso. Com isso, nos apoiamos no
método dialético para compreender os dilemas existentes na tentativa de conciliar a
vida acadêmica e a maternidade. Assim, além da introdução e conclusão, a
organização do pensamento como parte do próprio movimento do real, ou seja, a
partir da realidade vivenciada por mulheres mães.