O racismo e a transfobia são estruturas que operam sobre as corporalidades de travestilidades negras deslegitimando a cidadania na escola e em outras esferas sociais. A interseccionalidade é uma ferramenta teórico-metodológica que nos permite vislumbrar a colisão das estruturas e conexões simultâneas de gênero, raça e classe no campo das opressões. As cidadãs/os necessitam de três instituições para ascender na sociedade que são, família, escola e religião. As corpas travestis negras trazem marcadores no corpo que afrontam a cisheterormatividade e branquitude, por conseguinte são expulsas da escola pelo sistema cisgênero, heterossexual e branco utilizando-se de dispositivos e mecanismos coercitivos como o desrespeito ao uso do nome social e identidade de gênero e a subalternização dessas corpas intersecionadas por gênero, raça e classe. Essas corpas dissidentes são destituídas dos direitos básicos como educação, saúde, lazer, moradia, trabalho colocando-as de forma compulsória a margem da sociedade. A análise da cisgeneridade enquanto categoria teórica e política é de suma importância no apontamento de assimetrias relacionadas à identidade de gênero de pessoas travestis e transexuais interseccionadas com raça e classe.