A resistência antimicrobiana, desenvolvida pelos microrganismos se configura como um dos grandes problemas de saúde pública mundial, exigindo a investigação de opções terapêuticas que possam subverter os mecanismos de resistência e/ou virulência que estes patógenos podem expressar. Assim, diante do problema da resistência antimicrobiana, neste trabalho, a ação antimicrobiana, modulatória e antibiofilme do Farnesol foi investigada, frente a diferentes bactérias e fungos, que possuem elevado potencial patogênico humano e animal. Foram realizadas avaliações antimicrobianas in vitro para a determinação da concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM), pela técnica de microdiluição em caldo. Por meio deste ensaio foram também testadas a ação antibiofilme e modulatória sobre diferentes fármacos utilizados na prática clínica. Dentre as 31 linhagens bacterianas avaliadas somente as espécies Gram-positivas, demonstraram perfis de susceptibilidade ao Farnesol, variando a CIM de 128 µg/mL a 8 µg/mL, não se observando ação significativa sobre bactérias Gram negativas ou entre as espécies de Candida analisadas. Quanto ao ensaio de modulação a associação entre as concentrações subinibitórias (1/4 e 1/8 da CIM) do Farnesol e antibióticos de primeira escolha para as cepas multirresistentes testadas, não se observou efeitos sinérgicos ou antagônicos e consequentemente não houve efeito na diminuição da resistência microbiana. Contudo, a ação modulatória deste sesquiterpeno nas concentrações de 1/2 e 1/4 da CIM em associação com antibióticos β-lactâmicos, que não apresentam atividade sobre cepas resistentes a meticilina, foi observado sobre uma das cepas avaliadas, diminuindo oito vezes a CIM do antibiótico. No ensaio antibiofilme o Farnesol demonstrou efeitos promissores sendo capaz de inibir a produção dessa matriz polimérica sob concentrações que variaram de 128 µg/mL a 2 µg/mL. Neste trabalho, além de cepas multirresistentes de uso consagrado em testes de atividade antimicrobiana, pela primeira vez foram avaliadas a ação antimicrobiana do Farnesol sobre Streptococcus pyogenes e Streptococcus agalactiae, revelando CIMs de 16 µg/mL para ambas as cepas. Os dados obtidos demonstram o potencial antibacteriano significativo do Farensol para auxiliar no combate de quadros graves de processos infecciosos, uma vez que este isolado mostrou-se ativo contra diversas cepas bacterianas com perfis de multirresistência, inclusive as estirpes resistentes a meticilina. A ação antibiofilme deste álcool sesquiterpeno também foi observada, o que o capacita a ser utilizado de forma ativa ou como coadjuvante de drogas para favorecer a eliminação ou mesmo redução dos microrganismos. Logo, os resultados desta pesquisa são altamente promissores em virtude das diversas enfermidades que podem vir a ser enfrentadas pela exploração da molécula farnesol em drogas futuras.