Introdução: A Dexametasona (Dex) é um glicocorticoide utilizado como anti-inflamatório e imunossupressor. Entretanto, o uso crônico pode de Dex, pode desencadear uma série de efeitos colaterais como distúrbios cardiovasculares, gastrointestinais, neuromusculares dentre outros. Por outro lado, o exercício físico apresenta efeitos anti-inflamatórios podendo melhorar o aparecimento dessas desordens. Objetivo: Estudar a repercussão do exercício físico de resistência sobre o esvaziamento gástrico e o comportamento alimentar de ratos tratados com Dexametasona. Métodos: Grupos: Controle (Ctrl), Dexametasona (Dex) e Treinamento de resistência+Dexametasona (TRDex). O treinamento de resistência (TR) consistiu de 8 séries de subidas em uma escada vertical (2x50%, 2x75%, 2x90% e 2x100% da sobrecarga máxima) com descanso de 120seg. entre as séries, por 8 semanas. Após 8 semanas de treinamento, os ratos dos grupos Dex e TRDex receberam Dex (1mg/kg, i.p) por 10 dias consecutivos. Avaliamos ainda o peso corporal diário dos ratos. Ao longo do tratamento foram avaliados o consumo alimentar e os parâmetros murinométricos desses animais. Ao fim do tratamento foi avaliado o esvaziamento gástrico (EG) de sólidos, bem como foram coletados sangue e tecidos para análise bioquímica e peso dos tecidos. Os dados foram expressos em média ± EPM, com valores de p<0,05 significativos. O estudo foi aprovado no (CEUA-UFPI nº 043/14). Resultados: Em relação peso corporal (g), observamos uma diminuição significativa (p<0,05) nos Dex e TRDex (Ctrl: 32,32±8,03g vs Dex: -30,13±10,32g e TRDex -24,22±11,77g). No que tange a ingestão alimentar houve uma diminuição significativa (p<0,05) no quinto dia de tratamento dos ratos Dex e TRDex comparados aos controles (Dex -9,56±1,37 vs Ctrl -2,68±0,83g), em contrapartida o TR significativamente (p<0,05) atenuou (TRDex -3,50±2,34 vs Dex -9,56±1,37g). A Dex causou diminuição significativa (p<0,05) comparado ao controle (Dex: 24,58±4,19% vs Ctrl: 61,59±6,16%). Por outro lado, TRDex preveniu significativamente (p<0,05) a diminuição do EG (TRDex 53,11±8,33 vs Dex 24,58±4,19 %). O tratamento diminuiu os níveis de proteínas totais (Dex 3,45±0,09 vs Ctrl 3,87±0,07 g/dL). Referente aos pesos dos tecidos, o tratamento causou aumento (p<0,05) do peso do hipotálamo (Dex 0,0258±0,0014 vs Ctrl 0,0172±0,0013 g/100g), o TR (p<0,05) atenuou (TRDex 0,0198±0,0016 vs Dex 0,0258±0,0014 g/100g). O tratamento reduziu o peso da glândula adrenal (Dex 0,0135±0,0007 vs Ctrl 0,0189±0,0008 g/100g, p<0,05), em contrapartida o TR aumentou (TRDex 0,0176±0,0010 vs Dex 0,0135±0,0007 g/100g, p<0,05). O tratamento elevou o peso do coração (Dex 0,42±0,01 vs Ctrl 0,34±0,01 g/100g, p<0,05), do estômago (Dex 0,84±0,03 vs Ctrl 0,71±0,02 g/100g, p<0,05), do fígado (TRDex 3,46 vs Dex 4,00 g/100g, p<0,05) e reduziu o peso do tecido adiposo retroperitoneal (Dex 0,20±0,05 vs Ctrl 0,47±0,06 g/100g, p<0,05). Conclusão: Frente os prejuízos causados pela Dex o exercício resistido preveniu a diminuição do EG induzido pela Dex. Atenuou a perca do apetite no quinto dia de tratamento. Além de prevenir o colesterol alto, o aumento do peso do hipotálamo e do fígado. Bem como atenuou a redução do peso da glândula adrenal impostas pelo tratamento com a Dex.