O componente abiótico é constituído pelos recursos geológicos, geomorfológicos, hidrológicos, pedológicos, além das paisagens, dos processos e fenômenos associados, onde por meio destes temos a sustentação de toda forma de vida. Esses elementos constituem a diversidade abiótica e/ou geodiversidade. O Estado do Piauí caracteriza-se pelos seus aspectos ambientais diversos, conferindo a esse Estado uma diversidade biótica e abiótica diferenciada. Mesmo diante da riqueza de recursos vivos e não-vivos, estudos relativos à geodiversidade embora existentes ainda são escassos no Piauí, comparados aos pertencentes a biodiversidade e, mesmo, a sua presença significativa na pauta de discussões ambientais da atualidade. Desse modo, esses fatos bem como a pequena divulgação e conhecimento social quanto a importância da geodiversidade no cenário piauiense justificam a realização da presente pesquisa. Com o objetivo de divulgar e valorizar a geodiversidade e o geopatrimônio piauiense destacamos como área de estudo os municípios de Alto Longá e Beneditinos – Piauí, pertencentes respectivamente às microrregiões de Campo Maior e de Teresina. Diante disso, o objetivo geral dessa pesquisa é analisar a geodiversidade dos municípios de Alto Longá e Beneditinos – Piauí, como instrumento de apoio a conservação da natureza abiótica e a implantação de atividades geoeducativas e de geoturismo. Em vista de maior aprofundamento da pesquisa e alcance do objetivo geral, foram traçados os seguintes objetivos específicos: A) Inventariar e quantificar os Locais de Interesse da Geodiversidade (LIG’s) dos municípios de Alto Longá e Beneditinos – Piauí; B) Elaborar rotas geoeducativas e geoturística considerando o geopatrimônio inventariado de valor superlativo, bem como as condições de acesso; e C) Confeccionar e propor uma cartilha educativa/informativa direcionada aos alunos do 6º ano do ensino fundamental das escolas da área de estudo como estratégia de valorização e divulgação do geopatrimônio avaliado dos municípios de Alto Longá e Beneditinos – Piauí. Nesse ínterim, o presente trabalho reúne como procedimentos metodológicos: A) Revisão bibliográfica e documental; B) Técnicas de Geoprocessamento; C) Inventariação segundo metodologia adaptada de Araújo et al. (2024); D) Quantificação conforme Plataforma GEOSSIT, E) Análise de dados e F) Elaboração e proposição de estratégias de valorização e divulgação do geopatrimônio analisado. Foram inventariados e quantificados 23 sítios geológicos (geossítios - G e Sítios da Geodiversidade – SG), dos quais foram selecionados 9 geossítios e 6 Sítios da Geodiversidade para promoção e divulgação, considerando seus valores científico, educativo, turístico e condições de acesso, nomeadamente: Geossítio Complexo Açude Taboquinha, Geossítio Morro do Miranda, SG Morro do Mirante, Geossítio Toca do Ladino, Geossítio Cachoeira da Graciosa, Geossítio Cachoeira do Curralinhos, Geossítio Complexo Olho d’água São Benedito e Geossítio Cânion do Riachão (Beneditinos); Geossítio Cachoeira da Campeira, Geossítio Nascentes do Rio Longá, SG Nascentes do Rio Gameleira, SG Complexo Morros do Longá, SG Morro do Zumbi, SG Cachoeira do Pico e SG Riacho Frei Pedro (Alto Longá). No intuito de promover a valorização e divulgação desses sítios, foram elaborados produtos, sendo eles: duas rotas geoeducativas, uma rota geoturística e ainda uma cartilha informativa. A avaliação revelou a importância dos geossítios e SG nos sentidos científico, cultural, educativo e turístico, logo destacando seus potenciais científico, didático e turístico. De modo eficiente e constante, espera-se que a aplicação das proposições possa contribuir para o crescimento econômico sustentável das comunidades do em torno dos locais inventariados, por meio do geoturismo, assim como colaborar para o entendimento por parte da sociedade acerca do papel social da geodiversidade e consequentemente sua conservação, com as práticas de geoeducação.