A lógica fragmentária das cidades contemporâneas apresenta desafios atrozes para a vida cotidiana e para o planejamento urbano. Dentre os processos espaciais, a segregação socioespacial tem sido, ao longo dos anos, alvo de debates e discussões na comunidade acadêmica, cujas primeiras proposições surgiram na primeira metade do século XX, de forma limitada pela Escola de Chicago sob a ótica ambientalista da Ecologia Humana. Os efeitos desse processo espacial no século XXI repercutem principalmente na precarização da vida urbana nas dimensões da acessibilidade e da mobilidade urbanas. Nesse contexto, ressalta-se que a conjuntura da vida urbana hodierna ganha maior complexidade em virtude do processo de globalização que intensifica as transformações socioespaciais. Sendo assim, esta pesquisa pretende analisar o fenômeno da segregação socioespacial na zona Oeste da cidade de Timon (MA), entre os anos de 2009 e 2024, tendo como referência empírica dois conjuntos habitacionais da Faixa 1 do Programa Minha Casa Minha Vida. Como plano metodológico, a pesquisa adota uma abordagem qualiquantitativa, utilizando os seguintes procedimentos metodológicos: 1) levantamento bibliográfico e documental; 2) trabalho de campo; 3) entrevistas semiestruturadas; e 4) uso de softwares de geoprocessamento como técnica de análise espacial. Os dados parciais da pesquisa apontam que a separação espacial dos conjuntos habitacionais, aliada à concentração das atividades urbanas em áreas específicas de Timon, configura uma negação do direito à cidade, especialmente no que se refere à acessibilidade e à mobilidade. Desse modo, esta pesquisa busca contribuir com os estudos sobre fragmentação socioespacial nas cidades médias brasileiras, reforçando a necessidade de políticas públicas que ampliem não apenas o direito à moradia, mas, sobretudo, à acessibilidade e à mobilidade urbanas.