Esta pesquisa objetiva analisar como a produção, a distribuição e o consumo das vacinas da COVID-19 pela China, faz parte do projeto de consolidação chinesa como nova potência mundial e, assim, da ampliação da sua rivalização com os Estados Unidos na geopolítica contemporânea no período de 2020 a 2023. A crescente influência da China, especialmente no contexto de transição para alta tecnologia a partir do megaprojeto Made in China 2025, nos leva as seguintes questões norteadoras: Como a corrida da China para a produção do imunizante contra a COVID-19 revela, por um lado, um aspecto da participação chinesa na disputa pela fronteira tecnológica mundial planejada pelo Made in China 2025? E, por outro, como a produção, distribuição e consumo do imunizante ampliou a rivalização geopolítica e a guerra tecnológica entre os Estados Unidos e a China, tornando as vacinas contra a COVID-19 como instrumentos para ações do Estado e das empresas chinesas em particular nos países que compõem a Nova Rota da Seda? A pesquisa está fincada numa metodologia quali-quantitativa; enquanto técnica de investigação, será utilizado a pesquisa documental. Assim, estrutura-se em quatro eixos operacionais: i) bibliográfico (através das plataformas CAPES e Scopus); ii) documental (megaprojeto Made in China, notícias jornalísticas no site oficial chinês e das indústrias farmacêuticas chinesas); iii) dados secundários (estatísticos) e iv) cartográfico. Portanto, a hipótese desta pesquisa afirma que a pandemia da COVID-19, através da produção, distribuição e do acesso das vacinas pela China, se incorporou como parte do processo e do megaprojeto Made in China 2025 e entre os seus eixos, especificamente o setor 9 (biomedicina e equipamentos médicos) que serviu de mola propulsora para o fortalecimento da transição da sua disputa tecnológica para o mundo e, concomitantemente, para expandir sua rivalização com os EUA ligada à guerra tecnológica e às disputas territoriais.